O grupo de psicólogas e psicologo do Instituto Federal de Mato Grosso realizou na última quinta-feira (06/08) uma roda de conversa com o tema: Ansiedade. A temática foi escolhida pelos próprios estudantes, os quais se inscreveram no formulário de acolhimento disponibilizado pelo grupo desde 29 de junho.
A roda de conversa contou com a participação de estudantes de diversos Campi e foi conduzida pelas Psicólogas Henriett Marques Montanha e Priscila Ferrari Paulino. Segundo as profissionais, as participações superaram as expectativas, pois os estudantes compartilharam suas angústias e sofrimentos psíquicos decorrente da ansiedade e ajudarem-se mutuamente, surgindo inclusive uma rede protetiva espontânea extensiva ao momento da roda
Porque falar de Ansiedade?
A ansiedade faz parte do repertório de sentimentos considerados normais de uma pessoa, que pode tornar-se patológico quando é desproporcional à situação que a desencadeia ou quando não existe um objeto específico ao qual se direcione (Marks, 1987). É um sentimento vago e desagradável de medo, que acompanha um sentido geral de perigo, advertindo as pessoas de que há algo a ser temido, apreensão caracterizada por tensão e desconforto, causa confusão e um turbilhão de pensamentos.
Refere-se a uma inquietação que pode traduzir-se em manifestações de ordem fisiológica e de ordem cognitiva. As manifestações fisiológicas podem surgir com agitação, hiperatividade e movimentos precipitados; já as manifestações cognitivas podem deflagrar em atenção e vigilância redobrada e determinados aspectos do meio, pensamentos e possíveis desgraças.
Essas manifestações podem ser passageiras ou podem constituir uma maneira estável e permanente de reagir e sua intensidade pode variar de níveis imperceptíveis até níveis extremamente elevados.
Desta forma, a ansiedade é considerada um estado emocional com componentes psicológicos e fisiológicos, sendo caracterizada por sensações subjetivas de antecipação, medo ou apreensão associadas com graus de grande excitação e reatividade autônoma (Sharma, Andriukaitis & Davis, 1995).
Já o transtorno de ansiedade pode ser definido a partir de diferentes características, de acordo com o tipo manifestações episódicas ou persistentes, sobre os fatores desencadeantes, problemas físicos ou psicológicos e se estão ou não associados a outros transtornos mentais ou comportamentais (Andrade & Gorenstein, 2000).
É importante destacar que a ansiedade por si só não é algo maléfico, considerando que ela impulsiona para desempenhar um comportamento de proteção e no autocuidado ou até mesmo estimula a agir, a tomar uma decisão necessária.
O indivíduo não é a ansiedade; ele está com características que descrevem a ansiedade e aceitá-la para intervir, entrando em contato com seus fatores desencadeantes ou motivadores, é de suma importância.
Por isso, é importante conhecer os sintomas que caracterizam a ansiedade, observar e compreender o contexto psicossocial e intervir de forma sistemática, buscando um profissional para realizar um psicodiagnóstico de forma correta e/ou para prevenir ou minimizar o desenvolvimento da mesma.
Referências Bibliográficas
Andrade, L. & Gorenstein, C. (2000). Aspectos gerais das Escalas de Avaliação de Ansiedade. Em: C. Gorenstein, L. H. S. G. Andrade & A. W. Zuardi (Org.). Escalas de avaliação clínica em psiquiatria e psicofarmacologia. (pp. 139- 144). São Paulo, SP: Lemos Editorial.
Marks, I. M. (1987). Fears, phobias and rituals. New York, NY: Oxford University Press.
Sharma, R., Andriukaitis, S. & Davis, J. M. (1995). Estados ansiosos. Em: J. A. Flaherty, J. M. Davis & P. G. Janicak (Orgs.). Psiquiatria: diagnóstico e tratamento. (2ª ed). (pp. 148–153). Porto Alegre, RS. Artes Médicas.O
