O ambiente natural e as belezas do pantanal mato-grossense na cidade de Cáceres (220 km da capital) é fonte de estudo e inspiração para estudantes do 7° semestre do curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal de Mato Grosso, IFMT, Campus Cáceres - Prof. Olegário Baldo nos trabalhos de campo da disciplina Arborização e Paisagismo. Entre as atividades, coordenadas pela professora e arquiteta urbanista Fernanda Miguel Franco, a turma realizou, a partir de visita técnica, uma análise da paisagem que compõe a orla do rio Paraguai na extensão que se estende da Praia do Daveron até o centro histórico da cidade.
"Os alunos percorreram a orla no intuito de fazer uma análise paisagística, juntamente com sugestões para um melhor aproveitamento da população local, aproveitando o ambiente natural e as belezas do pantanal Mato-grossense", explica a professora que é mestra e doutora em Física Ambiental.
A análise contou com a observação dos aspectos urbanísticos e de vegetação que compõem a paisagem e registros fotográficos da orla. "Os alunos puderam observar e ter a percepção paisagística da orla do Rio Paraguai, tendo assim uma experiência real de observação crítica. A percepção é subjetiva, pois se condiciona a fatores particulares de cada indivíduo, a fatores educativos e culturais, fatores emotivos, afetivos e sensitivos, derivados das relações do observador com o ambiente", afirma Fernanda.
Entre os aspectos estudados, o grupo analisou intervenções e mudanças na paisagem natural com reflexões sobre a gestão do espaço. "O conhecimento das intervenções humanas na paisagem natural, podem trazer a compreensão de como a sociedade concebe, percebe e transforma a natureza, por meio das suas atividades, usos, significados e identidade. Essa imagem mental se reflete no uso e gestão do seu espaço, paisagem e território", analisa a professora.
A acadêmica Flávia Cristina Mendes Rodrigues destacou a importância da atividade na sua formação profissional como engenheira florestal por despertar para as múltiplas dimensões do trabalho que pode ser realizado a serviço da cidade, com contribuições ambientais e para o bem-estar da população. Com base nos estudos da composição paisagística e da percepção das e dos estudantes no trabalho de campo, Flávia resumiu algumas medidas necessárias para melhorar o espaço.
"Este é um campo de muita aprendizagem. Analisamos o que pode ser feito no âmbito da orla, como recuperar a mata ciliar, pois pode ocorrer uma erosão no período da cheia. Já no período da seca, melhorar a qualidade das trilhas, retirar o lixo presente e mais arborização na Praia do Daveron. Estas são algumas ações que precisam ser feitas para melhorar este espaço de encontro, lazer e contemplação importante para a nossa população", destaca a acadêmica.